quinta-feira, 13 de março de 2014

ENTERREI MEU VIOLÃO


enterrei meu violão no canto mais escuro de meu quarto,
lá, onde apenas sombras e penumbras existem...
lá, onde as trevas se fazem permanente e demônios residem

Deixei recostado, tal qual um caixão...
velório de uma nota só, sem estar "Lá" ou ter "dó"
Repousei-o apenas para que o descanso o leve de volta ao pó

Lá, onde o Sol não brilha, onde o eterno é efêmero e a vida um devir!
Lá, onde o tom é maior e a paixão mera lembrança do "Sí"
onde o desejo mórbido e obscuro revela-se em melodias confusas...

"Mi deixe aqui prostrado" ele disse...
"Deixei-me!" (ele), da raiva e desilusão com o poeta,
Recoste-me "Sol" em um túmulo de notas e lamentos!

Em notas vazias, com dissonantes em marcha "Ré" ele dizia...
em semi tons repletos de loucuras e insensatez,
prestes a se realizar de vez!
(David Barbosa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário