segunda-feira, 18 de julho de 2011

NOTAS AO AMOR, PAIXAO E TESÃO PARTE 2

Seguindo premissas verdadeiras, porém empíricas, resta-nos saber se após uma longa dose de desejo e TESÃO, o outro ainda permanece por nossos pensamentos, encontramo-nos diante uma “droga” que quase sempre AVASSALADORA, poderá também ser DESTRUIDORA.
Quem nunca se apaixonou pelo menos uma vez? Nunca disse que jamais sofreu tanto por não ter ou por perder alguém? Chorou desesperadamente e dizia que a vida sem aquela pessoa não será a mesma? Quem já disse isto tudo e hoje não se recorda daquele momento em gargalhadas ou envergonhado?
Não há necessidade de aflorarmos muito sobre a Paixão, na certeza que TODO e qualquer ser humano, garanto que já sentiu, tanto a parte “prazerosa” quanto as “crises de abstinência”. A paixão, acima do tesão, a quem do amor, pode-se considerar como o sentimento que ao mesmo tempo, é egoísta, expansivo, intenso, não permitindo a rotina, além de possessivo, avassalador e embriagante, causador de tragédias e desastres.
A luz da literatura, Goethe sacramentou a paixão como um desejo tão desesperador em ter a amada ao ponto de preferir “acariciar” as armas de Carlota beijando-as APAIXONADAMENTE e com elas acabar com a própria vida. Ainda não podemos esquecer Romeu e Julieta que de tanto “amor”, o que de fato não passava de uma paixão, vendo que o fim de um representaria a impossibilidade de continuar a viver do outro, levou ambos a buscar a morte para um “amor eterno”.
Não há dúvidas de que a paixão é um dos sentimentos mais intrigantes entre nós amantes da vida, como uma Ninfa em um descampado ou uma Sereia entre os rochedos, nos fazem crer que todo esse sentimento é real, intenso e duradouro, como se o fato de respirarmos durante 24 horas por dia o perfume que exala ligarmos 789 vezes para saber onde ela esta e o que esta a fazer ou ainda sentir aquele aperto até que o único antídoto deste seja os beijos e abraços calorosos, não seja mais que uma POÇÃO, ainda que muito boa, mas, não passando de uma poção e um bombardeiro químico, este sentimento tão voluptuoso.
Não quero, pois, ser o inquisidor deste aspecto tão comum, digo mais, mais comum que o amor, e condená-lo a fogueira da patologia psicanalítica. É claro que sabemos que ao indivíduo apaixonado, seu cérebro libera neurotransmissores como dopamina, por exemplo, e tem ainda o baixo índice de Serotonina entre estas “vítimas”, comum entre aqueles que possuem quadro de Transtorno Obssessivo-Compulsivo, o que se explica a obsessão entre alguns casais, mas há ainda, um outro lado que é justamente a carência da alma em necessitar de “estar apaixonado” para quem sabe, encontrar a si mesmo.
Refuto, a paixão é um dos caminhos alternativos encontrado pelo nosso inconsciente, para saciar nossa sede por carinho, toque, companhia e ao mesmo tempo busquemos tudo isto e encontremos dentro de nós, (Antecipo que só pode amar plenamente e completamente quem encontra-se em verdadeiro e profundo amor consigo mesmo), senão vejamos:
Quando se diz “estar apaixonado”, uma miscelânea de sentidos e pensamentos invadem todo a nossa razão, geralmente preocupando-se em ralação ao ser por quem encontra-se apaixonado, se este também esta apaixonado, certo? Quem, encontrando-se apaixonado, não perguntou a si mesmo ou até mesmo aos quatro ventos, Será que ela gosta de mim? Uma prova inequívoca de que a insegurança é um dos demônios deste aspecto, pois quando se encontra nesse estágio da vida, a insegurança não é tão somente pela incerteza do outro, mas sim pela necessidade imensurável de ser amado, algo próximo de Felícia e seus Pobres animais no desenho animado.
Vejamos ainda a dependência, em não raro os casos, possessiva, apresentada por pessoas que necessitam rapidamente de uma boa dose de amor próprio. A esta paixão que nos faz perder a cabeça e esquecermos até mesmo de nossa existência é o fato de não aceitar que a este tão somente possa se esperar uma boa historia para se guardar, ou ainda bons momentos apaixonados, pois nada alem disto a paixão permitirá.
Uma boa poção pode durar até dois anos, com exceções é claro, mas seu primeiro sinal é cegar-nos em relação as limitações da pessoa por quem se apaixonou, e com motivos óbvio de assim o ser, pois, sendo a paixão, uma poção, seu objetivo é ser belo e maravilhoso enquanto dure e quando se exaurir, que o fim seja apenas o fim, sem nenhum efeito colateral, o que não se vê infelizmente.
Quase sempre a paixão vem armada com seu exercito de efeitos colaterais, tais como o ciúme, a obsessão, a insegurança e até mesmo a culpa, por assim dizer, até mesmo etiologicamente falando, do verbo latino, patior, que significa sofrer ou suportar uma situação difícil, claro fica os seus efeitos destrutivos aos “apaixonados”.
Toda vez que um indivíduo, em juras de amor, tem a capacidade de até mesmo matar o objeto que dizia amar, temos claramente os sinais da obsessão da “paixonite aguda” que necessita de tratamento imediato, uma vez que não pode se considerar que um verdadeiro amor seja manifestado através do sofrimento do outro, o que por outro lado, na paixão, já é totalmente permitido e quase sempre seguido da triste expressão “Se não for do meu lado, não será feliz ao lado de ninguém!”
Este ato desesperado é um sinal claro de que aos indivíduos envolvidos nesta celeuma, nada mais restará senão a busca incondicional do seu amor interno, apenas como único antídoto da “crise aguda de paixão obsessiva”, ficando ainda a um relacionamento baseado apenas neste aspecto a certeza de um dia, ainda que remoto, o fim desta relação.
Viver quando se está apaixonado é algo sublime, acorda-se de bom humor, mas antes mesmo de cumprir os rituais da natureza, logo vem o desejo de estar próximo a ela; ao passo que o dia se segue, o desejo aumenta e com ela a angústia, pois encontra-se próximo a metade do dia e nenhum sinal de seu “grande amor”; já na hora do almoço a incerteza aumenta e o fantasma da insegurança sussurra em seu ouvido e quase que num ato irracional procura um meio de pelo menos ouvir aquela voz aveludada que o deixou a madrugada inteira a pensar e, evidentemente a ter insônia; resta então, ao final do dia o ciúmes pelo fato de sua “amada” andar por ai com pessoas alheias a você e dar mais atenção a elas do que a ti que tanto a “ama”; já a noite, a aflição do dia passa pois entre beijos e afagos, o objeto desejado está ao seu lado, apesar que isto não basta pois a vontade mesmo é colocá-la dentro de um “bunker” de chumbo a 50 metros de profundidade para ter a segurança que JAMAIS irá perdê-la novamente.
Entre narrativas e fatos, ficamos com a certeza que ao aspecto dos apaixonados, no máximo espera-se que seja “eterno enquanto dure” pois a este não passará de uma dose, de um elixir que nos leva a dois caminhos, ao desastre ou ao carpe dien. Não se pode deixar de salientar que uma paixão pode sim transformar em uma bela historia de amor, a partir do momento que os dois “viciados” encontram o primeiro passo, justamente o de reconhecer de que estão apaixonados e que precisam de ajuda, ao passar dos doze passos estes “amantes anônimos” que sabem que uma dose é pouca e mil não basta, poderão seguir em paz consigo mesmo pois encontraram a resposta tão procurada, somente após reconhecer o amor dentro de si e para si, é que um indivíduo possa dizer com todo direito que sim “AMA ALGUEM”, refuto-me a dizer estas notas tendêncionistas, talvez taxativas demais, doravante, aos amores completos não se necessita de rótulos e sim da profundidade do que se vive, e todo o resto, sim todo o resto não passará de Tesão, no mais PAIXÃO.

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